O governo federal lançou nesta sexta-feira (30/5) o programa Agora Tem Especialistas, com o objetivo de ampliar o acesso da população à consultas, exames e cirurgias especializadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A iniciativa será desenvolvida em parceria com estados, municípios e instituições privadas, e pretende enfrentar um dos principais gargalos do sistema público: a longa espera por atendimento com especialistas.
Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia busca utilizar toda a capacidade instalada da rede pública e privada de saúde, por meio do credenciamento de clínicas e hospitais filantrópicos e particulares para atendimento de pacientes do SUS. A medida também prevê a realização de mutirões, ampliação de turnos e uso de carretas móveis para regiões com maior dificuldade de acesso a serviços especializados.
Áreas prioritárias
De acordo com a pasta, o programa vai concentrar esforços em seis áreas médicas: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
A contratação dos serviços será feita diretamente por estados e municípios, com possibilidade de apoio por parte da AgSUS e do Grupo Hospitalar Conceição.
Ainda conforme o governo, a expectativa é de que essas ações permitam um aumento de até 30% na capacidade de atendimento em unidades como policlínicas, ambulatórios, UPAs e centros cirúrgicos da rede pública.
Ampliação da rede oncológica
O programa também pretende consolidar a rede pública de atenção oncológica. O Ministério da Saúde anunciou a aquisição de 121 novos aceleradores lineares até 2026, equipamentos utilizados em tratamentos de radioterapia. Seis dessas unidades já estão sendo entregues em cidades como São Paulo, Curitiba e Teresina.
Outra medida anunciada é a criação do Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, que contará com emissão de laudos por telemedicina e a participação de instituições como o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o A.C. Camargo Cancer Center. A previsão é de emissão inicial de mil laudos diários.
Atendimento em regiões remotas
Para alcançar localidades com menor acesso a serviços de saúde, o Ministério prevê a circulação de 150 carretas equipadas para realizar atendimentos com especialistas, exames de imagem, pequenas cirurgias e biópsias. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essas unidades atenderão também caminhoneiros em áreas de apoio nas estradas, com integração ao prontuário eletrônico do SUS.
“Vamos levar saúde também às estradas. Em parceria com o Ministério dos Transportes, vamos instalar unidades móveis em áreas de apoio aos caminhoneiros, integradas ao prontuário eletrônico do SUS”, explicou Padilha.
Para garantir o deslocamento de pacientes, serão disponibilizados recursos para a compra de até 6.300 veículos para transporte até hospitais e unidades de saúde, com prioridade para o atendimento oncológico. Cerca de 1,2 milhão de pacientes deverão ser beneficiados por mês com o funcionamento deste serviço.
Telessaúde e formação profissional
O programa também vai investir na ampliação dos serviços de telessaúde, com a oferta de teleconsultas, telediagnósticos e telelaudos. Segundo o Ministério da Saúde, essas ferramentas podem reduzir em até 30% as filas de espera por atendimento especializado. Serão abertos editais para as iniciativas pública e privada para a oferta de telediagnóstico, teleconsultoria e teleconsulta especializada.
No campo da formação profissional, está prevista a abertura de 3.500 vagas para médicos especialistas, incluindo 500 para o programa Mais Médicos Especialistas. A medida visa enfrentar o problema da distribuição desigual de profissionais no país.
Comunicação com o paciente
O aplicativo Meu SUS Digital também receberá atualizações para melhorar a comunicação com os usuários. Entre as novas funcionalidades, estão o envio de mensagens via push, SMS e WhatsApp para avisar sobre agendamentos e procedimentos, além de permitir o acompanhamento dos atendimentos em tempo real por parte de gestores e profissionais de saúde.
“O Meu SUS Digital terá informações completas sobre os procedimentos e as avaliações, e permitirá que os profissionais e os gestores acompanhem em tempo real o atendimento prestado. É mais transparência, mais cuidado e mais compromisso com o cidadão”, destacou o ministro da Saúde.