A queda de cabelo é uma preocupação comum e leva muitas pessoas a buscar tratamentos diversos. No entanto, o mercado está repleto de produtos que prometem resultados milagrosos para a calvície, mas que muitas vezes não cumprem o que garantem.
No caso da alopecia androgenética, tipo hereditário mais comum de calvície, existem tratamentos eficazes. Entre os principais estão o minoxidil, aplicado diretamente no couro cabeludo, e a finasterida, de uso oral. Já para a alopecia areata, de origem autoimune, a Anvisa aprovou recentemente o baricitinibe (nome comercial: Olumiant), indicado para casos graves.
Por outro lado, é mito que certos alimentos evitam a calvície ou que shampoos antiqueda sejam eficazes contra a perda de cabelo. O ideal é sempre procurar atendimento médico especializado para diagnóstico e tratamento adequados.
Tratamentos eficazes para alopecia androgenética
Finasterida: Atua inibindo a enzima 5-alfa-redutase, impedindo a conversão da testosterona em DHT, hormônio associado à calvície. É um dos tratamentos mais usados por homens, mas pode provocar efeitos colaterais como redução da libido e disfunção erétil em cerca de 2% dos usuários. O uso não é indicado para mulheres, especialmente durante a gestação.
Minoxidil: Prolonga a fase de crescimento do cabelo e melhora a circulação ao redor dos folículos. É recomendado para homens e mulheres, embora não recupere fios já perdidos, mas sim desacelere a queda. A versão oral não é aprovada pela Anvisa e pode representar riscos cardíacos, por isso deve ser usada apenas sob orientação médica.
Tratamento aprovado para alopecia areata
Baricitinibe (Olumiant): Primeiro medicamento sistêmico aprovado pela Anvisa para tratamento da alopecia areata, pode ser usado em adultos com quadros graves. Estudos mostraram que até 80% dos pacientes tiveram recuperação significativa após 36 semanas de tratamento. O preço do medicamento pode ultrapassar R$ 5 mil.
Mitos sobre a calvície
- Raspar a cabeça acelera a queda de cabelo: Falso. A raspagem não interfere nos folículos, que continuam seu ciclo normal de crescimento. Contudo, raspagens agressivas podem causar inflamações e danos à raiz.
- Lavar o cabelo diariamente causa queda: Falso. A frequência de lavagem deve respeitar o tipo de couro cabeludo. Oleosos exigem lavagens frequentes; secos, menos.
- Uso frequente de secador provoca calvície: Falso. Pode danificar os fios, mas não afeta os folículos. É recomendável usar o aparelho a temperaturas baixas e a pelo menos 15 cm de distância.
- Usar boné provoca calvície: Falso. Embora o calor possa agravar problemas como dermatite seborreica, o uso de bonés não causa queda genética ou permanente.
- Homens calvos têm mais testosterona: Falso. A calvície está ligada à sensibilidade dos folículos à DHT, derivada da testosterona, e não à quantidade do hormônio.
- Mulheres não ficam calvas: Falso. A alopecia androgenética pode afetar mulheres, ainda que em menor grau. Outras causas, como a alopecia areata, também podem atingir o público feminino.
- A calvície é herdada apenas da família materna: Falso. A condição é poligênica e pode ser herdada tanto do lado materno quanto do paterno.
- Cabelos grisalhos não caem: Falso. Não há relação direta entre fios brancos e a calvície. Ambos podem ter origem genética ou estar ligados a outras condições.
- Alimentos previnem a calvície: Falso. Embora uma alimentação equilibrada contribua para a saúde capilar, ela não impede a perda de cabelo causada por fatores genéticos.
- Shampoos antiqueda evitam a calvície: Falso. Esses produtos não penetram profundamente o suficiente para interferir nos folículos. Sua função principal é limpar o couro cabeludo.
Segundo especialistas, não há como prevenir a alopecia androgenética ou a areata. O mais indicado é buscar ajuda médica ao notar aumento incomum na queda de cabelo.
“Não há como prevenir a alopecia androgenética nem a alopecia areata. O melhor é procurar ajuda o quanto antes para ser acompanhado”, resumiu a dermatologista Carolina Milanez em entrevista ao g1.